sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O Doce e o amargo

Parece uma máxima, mas em tudo na vida existe os opostos. O baixo e alto,  feio e bonito, comprido e curto e também entre os contrastes existe o Doce e o amargo. Especificamente gostaria de escrever um pouco sobre estes contraste trazendo a luz da palavra de Deus usando os textos de Ezequiel 3 e Apocalipse 10.

Nos dois livros acima citados podemos notar que o contexto existe um certa proximidade pois envolve o recebimento da palavra e pregação da mesma. Me lembro de quando criança ouvir muitas vezes as pessoas falarem que remédio amargo é o melhor, não posso usar este ditado como verdade absoluta pois não é de toda verdade. O interessante aqui é que vemos que este contraste é a parte central da mensagem. O que isto tem a ver com a palavra de Deus, porque esse contrate de sabores e a mudança  repentina da percepção do sabor.

No capitulo 2:7 - 3:2 de Ezequiel esta escrito: "Você lhes falará as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes. 8 Mas você, filho do homem, ouça o que lhe digo. Não seja rebelde como aquela nação; abra a boca e coma o que vou lhe dar”. 9 Então olhei, e vi a mão de alguém estendida para mim. Nela estava o rolo de um livro, 10 que ele desenrolou diante de mim. Em ambos os lados do rolo estavam escritas palavras de lamento, pranto e ais. 3 E ele me disse: “Filho do homem, coma este rolo; depois vá falar à nação de Israel”. 2 Eu abri a boca, e ele me deu o rolo para eu comer. 3 E acrescentou: “Filho do homem, coma este rolo que estou lhe dando e encha o seu estômago com ele”. Então eu o comi, e em minha boca era doce como mel."

São algumas considerações que devemos fazer aqui; primeiro o rolo representa a palavra de Deus, pois neste tempo os livros eram escritos em forma de pergaminho normalmente usando couro de animais, a linguagem simbólica muito comum na Bíblia nos traz a luz o facto do contraste entre o comer e o digerir. No livro de Ezequias não há menção da mudança de sabor que acontece no momento da digestão, mas em Apocalipse 10:9-10  vemos: "Assim me aproximei do anjo e lhe pedi que me desse o livrinho. Ele me disse: “Pegue-o e coma-o! Ele será amargo em seu estômago, mas em sua boca será doce como mel”. 10 Peguei o livrinho da mão do anjo e o comi. Ele me pareceu doce como mel em minha boca; mas, ao comê-lo, senti que o meu estômago ficou amargo. 11 Então me foi dito: “É preciso que você profetize de novo acerca de muitos povos, nações, línguas e reis”.  Nos versos de Apocalipse vemos claramente essa mudança de sabor, mas em ambos existe a uma ordem de pregação contra o pecado."

O sabor de mel na boca no meu ver significa o recebimento da palavra de Deus que nos traz um alivio e nos mostra que existe saída para um pecador miserável longe da graça de Deus, esse alivio pode ser traduzido pelo ditado: "Doce sabor da vitória". Esse é o sentimento que toda pessoa que encontra com Jesus sente ao encontrar perdão nas palavras do evangelho. Vinde a mim os que estais cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei, troque o seu fardo comigo ele é suave e leve. Essas palavras de Jesus sem duvida nos traz um sabor doce onde gostaríamos se perdurasse para sempre.

A mudança de sabor no estômago é a a reflexão e a seriedade dada as palavras escritas na Bíblia que nos chama ao arrependimento  e mudança de vida, que na maioria das vezes nos traz dores muito grande, pois a vida de pecado impregnada na nossa alma só consegue ser mudada quando somos lavados pela pregação da palavra de Deus. Ao primeiro momento o alivio se torna doce, mas a medida que devemos agora agir de maneira diferente do que fazíamos até o encontro da verdade nos traz um sabor amargo. 

Não existe vida cristã fácil, é lamentável as pregações que prometem vida fácil para o seguidor de Cristo. O mesmo Cristo que disse vinda a mim vocês que estão cansados é aquele que diz raça de víboras e fariseus se converteis para livrar-vos da ira vindoura ou diz quem ama pai e mãe mais do que Ele não era digno. O contraste de sabores faz sentido, pois com a doçura inicial vem acompanhada com o sentimento de responsabilidade pelo conhecimento da verdade que nos coloca agora a realidade que antes nos era desconhecida. Não tínhamos alternativa para nossa vida de pecado, não conhecíamos outra maneira de viver. Após a pregação e a apresentação da existência de uma nova vida nos traz a um ponto de decisão e aceitação de consequências de uma eventual decisão contraria a palavra de Deus.

Sempre será desta forma, o contraste existe e isso não vai mudar, o que pode ser mudado é encarar o amargo como remédio bom que nos livra da ira vindoura e que nos promete um coroa de justiça.